A EPIDEMIA DAS DROGAS PSIQUIÁTRICAS – SEMINÁRIO – ÚLTIMA PARTE

Nos dias 29, 30 e 31 de outubro, a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, sediou o 2º Seminário Internacional ‘A Epidemia das Drogas Psiquiátricas – As evidências Científicas para a Desmedicação Segura e Eficaz’. O evento foi organizado pelo LAPS/Fiocruz, sob a batuta dos Profs. Paulo Amarante e Fernando Freitas. Contando com pesquisadores e palestrantes do Brasil e do exterior, o evento teve lotação esgotada.
Hoje, postamos a última parte do evento, no dia 31, coordenado pelo Prof. Fernando Freitas e pelo Dr. Nelson Goldstein. O tema é Desafios e Perspectivas para a Desmedicalização.

Bernardo Cabral – Fonte: YouTube

A primeira palestra foi do prof. Bernardo Cabral, do IESC/UFRJ, e do Centro de Estudos Estratégicos – CEE/Fiocruz. Bernardo apresentou os resultados da Pesquisa sobre Perspectiva de Desenvolvimento de Tecnologias da Retirada de Drogas Psiquiátrica. Através da ferramenta de Foresight Technology, o estudo vem sendo desenvolvido pelo CEE em parceria com o LAPS/Fiocruz, procurando entender o conhecimento dos especialistas sobre o assunto e sua posição sobre a retirada de medicação; apresenta ainda as ideias para o desenvolvimento de tecnologias que auxiliem nessa atitude terapêutica.

Holmes – Fonte: YouTube

Na segunda parte, o Dr. Nelson Goldstein recebe os psiquiatras Marcelo Dias (Sec. Municipal de Saúde de Jaraguá do Sul), Holmes Antônio Martins (Médico-perito na Justiça Federal do Rio de Janeiro) e Eduardo Caron (USP), que apresentam “Experiências brasileiras com a retirada de drogas psiquiátricas”.
Holmes, em palestra sui-generis, inicia expondo sobre a variabilidade na percepção do outro. Esse outro, Holmes experimentou em abordagens multidisciplinares e culturais em vários cantos do país durante sua vida multiprofissional. Como podem os psiquiatras enxergar da mesma forma um quadro psiquiátrico? Qual o desafio da medicalização e desmedicalização na psiquiatria usando dos instrumentos de sua linguagem? Acima da proposta psiquiátrica, uma abordagem da cultura.

Caron – Fonte: YouTube

Eduardo Caron apresenta uma pesquisa que buscou a interferência nas unidades de saúde para a ampliação e desenvolvimento da autonomia em saúde mental nos tratamentos e no uso de psicofármacos. Baseado em experiência de gestão autônoma de medicação (GAN). Não usual, os participantes da pesquisa e usuários de psicofármacos são também os pesquisadores, coordenados por Caron, o que já reforça a ideia de ampliação de sua autonomia. Os encontros e oficinas do grupo de pesquisa são o ponto alto do processo, com posterior mudança da relação entre médicos e usuários. A experiência não é terapêutica, mas de trabalho na autonomia.

Dias – Fonte:YouTube

Marcelo Dias apresenta pontos-chaves de sua formação e experiência, onde analisa a ação de medicar. Dias descreve como está sendo sua experiência e adaptação do modelo finlandês do Open Dialogue em pacientes psicóticos e em ampla área de atuação na assistência de saúde mental no município onde trabalha.

O fim dos trabalhos.
Nos comentários finais, os convidados internacionais deixam depoimentos emocionantes. Robert Whitaker, Irving Kirsh, Laura Delano e John Read foram unânimes em elogiar o elevado nível dos debates e, mais do que isso, destacar a posição inovadora do evento em nível internacional. “Um encontro revolucionário” e “Um ambiente acadêmico institucional jamais visto em outra parte do mundo” resumem a impressão desses pesquisadores sobre o que foi o 2º Seminário Internacional A Epidemia das Drogas Psiquiátricas.

Parabenizamos e agradecemos aos Profs. Paulo Amarante e Fernando Freitas e a toda a equipe do LAPS/ENSP por esse grande evento.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *