A obrigação de técnicos e pesquisadores é detectar perspectivas realistas em rasgos proféticos
A opção da maioria dos eleitores brasileiros por Bolsonaro não foi direcionada por suas propostas ou críticas a políticas de saúde. A disputa passou longe das polêmicas tradicionais, como mais público ou privado, e também de tabus como aborto. Mas ficou subentendido que a vida dos brasileiros irá melhorar, e a saúde receberá seu quinhão de benfeitorias. O novo presidente se comprometeu apenas com medidas relativas à inserção no mercado de trabalho de determinados profissionais de saúde, especialmente médicos. As principais proposições são o credenciamento universal e a carreira de Estado para médicos. Ambas — embora distintas em termos de compatibilidade com o sistema de saúde no Brasil — são controversas e não explicitam rumos para o SUS.
Instituir uma regra para permitir que 453 mil médicos atendam pacientes do SUS e de planos implicaria mudanças estruturais na organização da saúde pública e regulação do mercado. Supondo que essa etapa fosse ultrapassada, o cálculo de despesas é simples, bastaria multiplicar a população pelo número de consultas por habitante e valor de remuneração de cada atendimento. Para quatro visitas a médicos por ano — parâmetro inferior ao da França, 6; ou Canadá, 7,7 — seria necessário gastar R$ 83,5 bilhões, cerca de 65% do total do orçamento previsto para o Ministério da Saúde para 2019. Haveria maior acesso para quem mora em cidades que concentram recursos assistenciais e aproximadamente R$ 15 mil por mês para cada médico — sem considerar impostos. A soma pode ser alterada mediante redução das variáveis. Mas a diminuição do número e do preço das consultas teria efeitos negativos sobre a adesão dos médicos.
As dificuldades institucionais e recursos requeridos para estabelecer carreira de Estado para médicos e outros profissionais da área são infinitamente menores. A contratação de 20 mil médicos ao longo de quatro anos de governo — cinco mil em cada ano, com salário inicial líquido de R$ 15 mil — é compatível com as prioridades de interiorização do SUS. Alocar cerca de R$ 2 bilhões por ano — considerando médicos e enfermeiros — para organizar equipes de atenção primária é exequível, desde que acompanhado de investimentos para manter a conexão desses profissionais com instituições de ensino e pesquisa. A ideia não é nova, foi apresentada por sanitaristas e entidades médicas como solução para atrair recém-formados para municípios distantes e alternativa ao Programa Mais Médicos. Os vetos políticos à carreira de Estado foram emitidos por setores que propõem a redução do Estado e despesas públicas. A interdição permanece, e agora tornou-se mais intensa. A carreira de Estado teria que superar a barreira “menos Brasília.”
Os que acompanham a trajetória das promessas eleitorais sabem que muitas são abandonadas. A obrigação de técnicos e pesquisadores é detectar perspectivas realistas em rasgos proféticos, evitar a desordem proposital dos enunciados incoerentes. A saúde precisa de orientações claras, em vez de convenções reiterativas e inviáveis. Pessoas continuam morrendo porque não conseguiram vagas em hospitais, apesar de seus familiares colecionarem mandatos judiciais. Professores eméritos da UFRJ pagam pela mensalidade de seu planos, que requerem coparticipação, R$ 10.339,12. Estamos produzindo um acervo de dossiês tenebrosos: inúmeros laudos médicos e ações dos tribunais, cuja última página é o atestado de óbito, e relatos de idosos cujos salários são menores do que o valor do plano. Reais problemas de saúde não constam no documento apresentado para a campanha.
A indefinição sobre o SUS é permeável à cobrança da devolução integral dos variados empenhos na campanha. Lobbies empresariais querem se apropriar de leitos públicos, reduzir coberturas e aumentar preços. Entidades médicas e eleitores dispersos esperam a expansão da oferta pública universal. Terminou uma eleição, na qual defensores de políticas de saúde opostas votaram no mesmo candidato. Sem programa de governo para a saúde, o jogo tende a ser antidemocrático; quem detém maior poder econômico elimina a maioria que assegurou a vitória.
Lígia Bahia
*Artigo publicado no jornal O Globo de 3 de novembro de 2018.
For the organization of groups of medical care is possible, provided that it is accompanied by investments to maintain communication of these specialists.
Lígia Bahia, eu não costumo escrever em nenhum jornal, pois nenhum deles são confiáveis. Temos que tomar cuidado com a mídia e a multimídia por não serem plenamente confiáveis. Atualmente, aos 78 anos de idade, não faço o uso de nenhum medicamento alopático, ligado ao dualismo cartesiano, à homeopatia ou a medicina ortomolecular, por não serem confiáveis. Sou um pesquisador autodidata independente e desenvolvo um estudo científico sobre Medicina Preventiva, baseada na Naturopatia, que engloba Fitoterapia( Botânica), Hidroterapia e a Dieta Lacto-vegetariana com alimentos orgânicos e, também, sobre Hipnoterapia científica baseada no Treinamento Autógeno, criado pelo psiquiatra e neurologista alemão Prof. J.H. Schultz, 1884/1970, na Sugestopedia, criada pelo Psicólogo búlgaro Georgi Lozanov, 1926/2012 e o parapsicólogo e fisiologista russo, Leonid L. Vasiliev, 1891/1966. Baseado nestes pesquisadores anteriores criei uma ginástica e relaxamento psicossomático, que pratico até 2020, pois a sociedade e a cultura humana estão doentes e devemos ter precaução quanto às diversas enfermidades existentes no mundo, pois o covid 19, que é baseado na seleção natural, está matando muitos seres humanos com baixa imunidade. Atualmente vivo no ostracismo criativo para manter a minha saúde psicofísica, por ser um ser humano mortal.