Perdemos o protagonismo

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   Causa consternação profunda a leitura do artigo do empresário Claudio Lottemberg, publicado no Globo deste sábado. Dentre outros tantos motivos, pelo fato de que fica claro que a cadeia controladora dos serviços de saúde, que controla, os pagadores, os exames e os provedores privados lança o seu ataque sobre a verba, incentivos e isenções de impostos do sistema público.

    As consequências dessa empreitada são vastíssimas e devem ser motivos de diversas publicações no observatório de agora para frente, mas no momento me fixo em um pequeno detalhe que atinge direto a nós médicos, que é ter a profissão destituída da condição de protagonista, para atividades de menor relevância, como faturistas de luxo e comunicadores dos caminhos prescritos pelo sistema, baseado nos protocolos previamente acordados entre as instituições e os pagadores.

     Como o preço dos procedimentos médicos atingiram cifras inexplicáveis, literalmente, apenas alguns poucos tem condição de fugir de toda trama desenhada para o controle, o restante deve abaixar a cabeça e se submeter, sob o risco de que tenha qualquer questionamento atribuído à oposição à ciência.

      A vida imita a arte. O espetáculo já começou e as máscaras estão dispostas na órbita do palco, para que todos possam escolhê-las baseados no tipo de atuação que querem ter. Mas nesse caso não há mais nenhuma disponível, que possa colocar o médico como ator principal, a não ser que ele resolva questionar o autor. Mesmo sabendo que o mesmo recebe fábulas de dinheiro para favorecer, os já favorecidos.

 

 

Marcelo Duarte Magalhães

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