Pelas lentes de Marcelo Magalhães

Arquivo pessoal

“No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade.” Immanuel Kant. Esse postulado nunca foi tão atual e mais do que isso necessário. O mundo líquido como nos descreve Bauman, não tem forma e é capaz de se desfazer em um click. Nesse mundo hiperconsumista, somos o que consumimos, aliás sempre fomos isso na medida em que o consumo é, não só a forma como o predamos , mas também e por isso mesmo uma das formas como nos comunicamos. Resgatar a dignidade nessa fluidez pode ser tarefa árdua em virtude da estruturação cultural complexa de uma sociedade fast.

As respostas surgem quase que automaticamente, quando conseguimos tomar consciência dos problemas. Com a eficiente capacidade de precificação, o mercado capturou a medicina, explodiu todos os processos tecnológicos e dominou o acesso. Só que esse mecanismo, que é humano se trai de acordo com que vai perdendo a dignidade, por puro paraefeito intrínseco. A sociedade desperta para uma reflexão, que em oposição aponta um ambiente simples e slow. Redescobrimos a necessidade de tempo e da narrativa, a gratuidade das ações do cuidado e mais ainda a importância outro.

A proposta é não esmorecer diante das barbaridades criadas por nós mesmos. Procurar um equilíbrio que nos permita usufruir de todas as conquistas tecnológicas, sem nos transformar em autômatos vinculados a procedimentos estressantes e vazios, que nos tiram o melhor que a vida nos reserva, que é a liberdade para aproveitar o nosso tempo com convivência e amor.

 

 

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